Como boa cantora pop que é, Shakira investe numa dose de sensualidade como forma de atrair o público para seu trabalho. Expressa especialmente através dos provocantes movimentos da dança do ventre, esta carga sensual de Shakira foi descrita como "uma sensualidade inocente que parece ser invenção dela mesma" por Gabriel García Márquez, vencedor do prémio Nobel de Literatura.

O lado provocante e o aspecto sensual de Shakira sempre estiveram em conflito com as composições da cantora - no geral, introspectivas e cujos temas mais recorrentes são o amor, a dor e,vez por outra, a crítica social. As aclamadas composições de Shakira, usadas por boa parte de seus fãs mais assíduos para defender a relevância de sua música, se aliam ainda ao aspecto filantrópico de Shakira, que frequentemente toma parte em grandes empreitadas beneficentes, tais como 'Live 8' e 'One X One'.

Estes dois lados conflitantes de Shakira são claramente expressos nas capas de seus dois últimos álbuns, intitulados 'Fijación Oral Vol. 1' e 'Oral Fixation Vol.2'. Na capa do primeiro, Shakira surge maternal segurando um bebê em seus braços. No segundo, porém, a cantora aparece insinuando nudez e segurando a maçã- o fruto proibido- em uma de suas mãos.

Em artigo publicado em Novembro de 2005 pelo "The New York Times", a própria cantora explica a simbologia por trás das duas imagens: " A primeira capa é mais freudiana, e a segunda tem mais a ver com Carl Gustav Jung, porque Eva é um arquétipo universal." Ela afirma que tentou manter uma unidade entre as duas capas dos discos, e preferiu adotar uma iconografia renascentista: A mãe e o filho e o pecado original são conceitos recorrentes do período da Renascença e eu procurava um carácter histórico", diz ela.